O planeta Terra alberga mais de 400.000 espécies de plantas, mas muitas estão ameaçadas de extinção. Devido à desflorestação, às alterações climáticas, à poluição e à recolha ilegal, algumas espécies já não são encontradas na natureza ou existem apenas como espécimes isolados. Estas plantas não são apenas raridades biológicas, mas também elos vitais nos ecossistemas, cuja perda pode provocar uma reação em cadeia.
Uma das plantas mais raras do mundo é considerada a Middlemist’s Red, uma variedade de camélia trazida da China para a Grã-Bretanha no início do século XIX. Hoje, apenas dois exemplares vivos são conhecidos no mundo: um cresce numa estufa em Londres e o outro na Nova Zelândia. Esta planta tornou-se um símbolo da vulnerabilidade do património botânico da humanidade.
A Franklinia alatamaha, uma árvore que não se encontra na natureza desde o final do século XVIII, cresce na Califórnia. Todos os exemplares existentes são descendentes dos recolhidos pelos botânicos já em 1765. Embora a planta seja cultivada com sucesso em jardins, a sua população selvagem nunca foi restaurada.
Na ilha de Socotorá (Iémen), cresce a dragoeira (Dracaena cinnabari), uma planta com uma coroa única em forma de guarda-chuva e resina vermelha conhecida como “sangue de dragão”. Devido à seca e à desflorestação, a área de distribuição da árvore está a diminuir, e os cientistas estão a dar o alarme: sem ação, a espécie pode extinguir-se em poucas décadas.
Muitas plantas raras estão protegidas por acordos internacionais, como a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES). Esta convenção proíbe ou limita severamente o comércio de espécies como orquídeas, cactos e fetos, que se tornam frequentemente presas de colecionadores. Dezenas de espécies raras listadas no Livro Vermelho estão protegidas na Rússia, incluindo a Nelumbo nucifera, a flor-de-esfera europeia, o sapatinho-de-vénus e a margarida-de-pés-amarelados. Estas plantas estão a desaparecer devido à drenagem de zonas húmidas, à lavoura de prados e à recolha de flores pelos turistas como souvenirs. Mesmo uma única colheita de flores pode levar ao colapso de uma população.
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